quinta-feira, 21 de junho de 2012

Quadrilha e Casamento Caipira


Quadrilha e Casamento Caipira

casamento caipira

Uma das mais divertidas tradições das festas juninas é o casamento caipira – também chamado de “casório matuto” ou casamento na roça. A representação é cheia de brincadeira e gozações. A história sofre pequenas variações, mas o enredo é sempre o mesmo: a noiva fica grávida antes do casamento e os pais obrigam o noivo a se casar com ela. Desesperado, o noivo tenta fugir, mas é impedido pelo delegado e seus soldados, que arrastam o “condenado” ao altar e vigiam a cerimônia. Depois que o casamento é realizado, inicia-se a quadrilha.
Os diálogos podem ser criados livremente, desde que as personagens se preocupem em carregar bastante no sotaque caipira
Tipo: peça e dança.
Personagens: Noivo, noiva, pai da noiva, delegado, padre; vários casais.
1. Os pares, de braços dados, entram em fila, dão uma volta no salão, e param próximo a mesa/altar.
Ordem da entrada: noivos, padre e viúva, pais do noivo, pais da noiva, delegado e mulher, convidados.
2. Realiza-se o casamento. (o texto abaixo é uma sugestão cômica e com fala “caipira”).
Delegado (X): Hoje vim acá no Arraiá pra módi casá esse par di moçus que pretendi formá uma famía nova nu arraiá dus sapus, sabiá e tico-tico donde vancês tudo móra.
Padre (P): U novio qui é fio du fazendêro Mané Pistola mais sua muié comadre Agostinha si chama Inhozinho Manduca Pinduca, i a novia qui é fia du comendadô Chico Chicote mais sua muié comadre Nicota, si chama Chica Brotoeja.
X: Prá ocês num fazê fofoca falando só verdade peçu a toda moçada aqui reunida si subé qui já são casadus notras parages avisá prá eu num arrealizá este casório.
P: Vamus moçada, ocês acha qui podi ele cum ela ajuntá seus trapus hoje? Intão vamus prá frente mi arrespondendo…
(O noivo ameaça fugir, mas o pai da noiva, aponta uma espingarda e o traz de volta)
P: Ocê, Manduca Pinduca, arrecebe Chica Brotoeja?
Noivo: Eu Manduca Pinduca arrecebo á vosmecê Chica Brotoeja como minha muié legítima i verdadêra.
P: I vancê, Chica Brotoeja?
Noiva: Eu, Chica Brotoeja, arrecebo a vois Sinhozinho Manduca Pinduca como meu legítimo i verdadêro maridu.
P: Depois dessas adeclaração tudo pessoar eu vô a declará vancês casadus: maridu i muié. Prá ocês vivê cum muito amô, um só pru ôtru nu seu rancho sem oiá pra mais ninguém. CApinandu a roça de mío, cuidando das prantação i povoandu o arraiá cum argumas dúzia de fios pru mundu num acabá.





bandeirolas


VAMOS DANÇAR QUADRILHA?
Caminho da festa.
Os cavaleiros cumprimentam as damas.
As damas cumprimentam os cavaleiros.
Cavaleiros ao meio.
Balanceio.
Faz que vai mas não vai.
Olha o duplo.
Cavaleiros do lado direito das damas.
Formar a grande roda.
As damas pra dentro cavaleiros pra fora.
Formar a grande estrela.
Caminho da festa.
Formar um grande círculo.
As damas com as mãos para trás.
Passar as damas para trás.
Caminho da festa.
Olha o túnel.
Formar grande roda.
Cavaleiros pra dentro damas pra fora.
Formar grande estrela.
Caminho da festa.
As damas passar os cavaleiros pra frente.
Olha a chuva.
Já parou.
A ponte quebrou.
É mentira.
Olha a cobra.
Já matou.
Direita com direita.
Damas ao passeio.
Cavaleiros ao passeio.
Passeio geral.
Vai começar o grande baile.
Começou o miudinho.
Entra os padrinhos.
O padrinho com a noiva.
Baile Geral.
Caminho da roça.
Fonte: Site Jangada Brasil

Significado de alguns passos:
• Balancê – significa balançar o corpo no ritmo da música, sem sair do lugar.
• Anavan ou alavantu (vem de “en avant tous”) – quer dizer ir em frente; caminhar agitando os braços para cima.
• Returnê ou anarriê (vem de “en arrière”) – é o comando para retornar aos lugares, depois de um determinado passo.
• Tu (vem de “tous”) – é uma volta que o casal dá junto, pela direita.
• Cumprimento às damas – dançando, os cavalheiros vão até as damas e fazem uma reverência. Cumprimento aos cavalheiros – as damas vão até os cavalheiros e os cumprimentam, abaixando-se e segurando os vestidos pelas pontas.
• Damas e cavalheiros, atenção para a troca – este comando significa que as damas devem ir para o centro e os cavalheiros, para o lado de fora do círculo (ou vice-versa).
• Passeio na roça – é o ato de ficar passeando em círculos.
• Trocar de dama – os cavalheiros dão um passo à frente, pegando a dama seguinte. Repete-se o passo até que se volte ao par inicial.
• Trocar de cavalheiro – é como trocar de dama, só que quem anda são as meninas, não os meninos.
• Túnel – os pares formam uma fila. Damas e cavalheiros ficam de frente um para o outro, segurando as mãos, no alto, formando um túnel. O último casal da fila passa por dentro do túnel. Um a um, todos os pares devem fazer o mesmo.
• Caminho da roça – damas e cavalheiros formam uma fila indiana, e caminham, dançando.
• Olha a cobra – todo mundo deve pular, para evitar o perigo da cobra. No pulo, os pares giram no ar, e voltam a caminhar no sentido contrário ao que estavam indo. Quem comanda costuma dizer “é mentira!”, e então todos dão outro pulo, girando, e voltam a caminhar no sentido inicial.
• Olha a chuva – damas e cavalheiros devem colocar as mãos sobre a cabeça, para se proteger da chuva. Quando o marcador diz “é mentira”, eles podem abaixar as mãos.
• Caracol – todos formam uma fila indiana e começam a enrolar a fileira, no sentido do centro da roda, como um caracol. Quando o marcador diz “desviar”, o caracol começa a rodar ao contrário, para se desfazer.
• Grande roda – é quando damas e cavalheiros formam uma grande roda, de mãos dadas. Ao comando, as damas podem ter que ir ao centro, depois os cavalheiros, e assim por diante.
• Coroar damas – os cavalheiros erguem os braços sobre as cabeças das damas.
• Coroar cavalheiros – as damas erguem os braços sobre as cabeças dos cavalheiros.
• Despedida – os pares saem da pista de dança, acenando para o público, às vezes, em passo de galope.

Nenhum comentário:

Postar um comentário